Bio de Wes Murad

Bio de Wes Murad

Infância e Primeiros Contatos Musicais

Infância Musical de Wes Murad

Na década de 1980, Wes Murad cresceu cercado por música, influenciado pelos irmãos mais velhos, Wander e William. Desde pequeno, ouvia fitas cassetes no carro do pai e explorava os vinis que Wander trazia de Presidente Prudente, sempre antenado nas melhores bandas do Brasil e do mundo. Visionário e estudioso, Wander buscava referências além do seu tempo, acompanhando não só o cenário musical, mas também temas variados da vida, com uma busca constante por conhecimento, estudos e aventuras.

Quando William e Wander se juntaram musicalmente, abriram caminho para um universo sonoro ainda mais amplo. Na infância de Wes e na pré-adolescência dos irmãos, as décadas de 1980 e 1990 trouxeram uma explosão de bandas icônicas, tanto na cena nacional quanto internacional, moldando de vez suas influências.

Wander ensaiando com seu pai Acir no Parque Figueiral

Esse mergulho musical não ficou restrito ao mainstream. O jazz veio com Vander, com sua liberdade e sofisticação. O blues chegou com William, intenso e cheio de alma. Ter irmãos tão apaixonados por música foi um privilégio. Wes, o caçula, cresceu cercado por essas influências, absorvendo tudo como um verdadeiro fã. E continua sendo.

A paixão pela música nunca parou, evoluindo junto com suas referências e com o cenário musical ao longo dos anos.

Wander, Wes no meio e William

William e Wander

Wes imitando os irmãos

Wes prestes a ganhar sua primeira bateria aos 12 anos

Influências e Banda Covardes Vivos

A música era uma força unificadora entre os irmãos. William, o irmão do meio, foi uma influência significativa para Wes, que sempre olhou para ele e Wander como modelos. Foi neste contexto que a banda Covardes Vivos entrou em suas vidas, impactando a cena musical local e cativando Wes com seu som e energia. Inicialmente, Wander foi convidado a integrar a banda, trazendo suas próprias influências para o grupo. Pouco tempo depois, William também se juntou aos Covardes, contribuindo com suas habilidades na guitarra e suas influências diversificadas, que iam do rock internacional ao MPB.

A banda se tornou uma fonte de inspiração para Wes, que observava os ensaios e performances com admiração, até porque os integrantes originais da banda mandavam muito bem, além de ver seus ídolos mais divertidos e interessantes do mundo (seus irmãos mais velhos), agora na banda. Com apenas 11 anos de idade, Wes começou a ser chamado para dar canja nos shows dos Covardes Vivos, tocando para públicos de até 3000 pessoas. Essa experiência precoce nos palcos, junto com seus irmãos, não apenas alimentou seu amor pela música, mas também desenvolveu sua confiança e habilidade em tocar diante de grandes audiências. "E vamos combinar, o repertório dos Covardes era muito foda!" Imagina Wes na batera tocando Why Go do Pearl Jam com 12 anos...Sweet Child, Hunger Strike, além de Flores. E o repertório dos Covardes Vivos tinha 30 musicas escolhidas a dedo para os shows imperdíveis!
Essa fase foi crucial para o desenvolvimento musical de Wes, solidificando sua paixão pela música e sua determinação em explorar seu próprio caminho no cenário musical.

Ainda em Epitácio, Wes ajudou a montar suas próprias bandas

Entre 1992 e 1994, após as primeiras experiências no palco com os Covardes Vivos, Wes decidiu dar um passo adiante em sua vida musical. Juntamente com novos e antigos colegas, ele ajudou a formar a banda To Hell. A banda To Hell nasceu nos corredores da escola e nas garagens do bairro, onde as músicas ecoavam e enchiam as tardes de ensaio. Em shows escolares, Wes desenvolveu ainda mais suas habilidades como baterista, capturando a atenção de jovens audiências ávidas por rock. Foi nesse ambiente improvisado e motivador que ele começou a entender as responsabilidades e recompensas de estar numa banda.

Com mais maturidade musical, Wes ajudou a formar a banda Clan. Desta vez, a paixão e a competência levaram Wes e o Clan a tocar em festas mais importantes, como as lendárias festas do "Galpão". “Nada superava a sensação de dominar o palco com nossas músicas cuidadosamente escolhidas,” Wes relembra. Cada show oferecia uma nova oportunidade de se sentir completo como músico. O repertório da banda era bem legal, refletindo a evolução do grupo e de Wes como músico emergente.

Antes de sua mudança para São Paulo em janeiro de 1995, Wes não se limitou ao rock apenas. Participou de carnavais de salão, onde tocou com a banda Giz de Cera cujo líder era Nelson Pego, que também foi uma influência para Wes em Epitácio, explorando ritmos de axé e outros gêneros festivos para o carnaval. "Tocar alí fortaleceu meu ritmo e versatilidade", destaca Wes".

Essa fase foi crucial, pois permitiu a Wes explorar uma vasta gama de estilos musicais e aperfeiçoar sua técnica como baterista. Tudo isso preparou o terreno para o próximo capítulo de sua vida. À medida que Wes se prepara para a mudança para São Paulo aos recém-completados 15 anos, ele se vê pronto para novas oportunidades e desafios na metrópole. Essa narrativa não apenas documenta o crescimento musical de Wes Murad, como também manifesta a paixão incessante que ele tem pela música. Quando ele se muda para São Paulo, uma nova página se abre, cheia de promessas e aspirações.

Nem To Hell nem Clan. Uma terceira formação

Expansão de Horizontes em São Paulo

Após sua participação nas bandas de carnaval, Wes teve uma experiência marcante com a banda de pagode Intuição, que estava em ascensão na cena musical e com quem já havia tocado enquanto ainda morava em Epitácio. Ao se mudar para São Paulo, embora seu foco principal fosse nos estudos, Wes ainda acabou tocando em alguns bares grandes e importantes da cidade com a banda Intuição. No entanto, ele decidiu não continuar com a banda devido ao seu compromisso com os estudos.

Em São Paulo, a convivência com os irmãos foi fundamental. William, o irmão do meio, sempre foi um guitarrista dedicado, mergulhado no rock nacional e internacional, mas foi nessa fase que a MPB ganhou ainda mais espaço em suas influências. Durante o cursinho e, depois, na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, esse universo se tornou ainda mais presente, ampliando sua visão musical e enriquecendo seu repertório.

Enquanto Wander, o irmão mais velho, dedicava-se ao saxofone e se preparava para cursar a ECA-USP, o jazz de John Coltrane o influenciava profundamente. Mas sua musicalidade ia além, incorporando rock, pop internacional e os ritmos da MPB. Pink Floyd foi uma grande referência, entre muitas outras bandas que marcaram essa fase. Esse ambiente sonoro intenso fez da `república` dos irmãos um verdadeiro laboratório musical, onde Wes cresceu cercado por trocas e descobertas que ampliaram sua visão artística.

Foi em 1997, ao fazer um cursinho pré-vestibular, que Wes se inseriu ainda mais na comunidade musical de São Paulo. Durante essa fase, ele teve a oportunidade de tocar uma temporada no bar Sala 26, onde vários músicos bons de MPB se apresentavam. Este local, frequentado por professores lendários e extremamente populares, permitiu que Wes expandisse seu círculo social e se aproximasse de músicos talentosos, aprofundando ainda mais sua conexão com a música ao se tornar o baterista que mais acompanhava os músicos considerados "da casa".

Da Solidão do Cursinho à Efervescência Musical

Ainda em São Paulo, Wes viveu um período de descobertas e amadurecimento. Morando sozinho durante o cursinho, viu seus irmãos deixarem a cidade – William, inclusive, trancou o primeiro ano de Direito para morar em Londres. Nesse tempo, Wes continuou tocando e desenvolvendo sua musicalidade.

Quando William voltou ao Brasil, trouxe consigo uma nova rede de contatos, incluindo Vinicius Cavinato, que conhecia Ludmilla, prima de Dé Planeta – hoje conhecido como Dex. Foi Ludmilla quem apresentou os irmãos a essa cena musical pulsante da região de Franca, Ribeirão Preto e Altinópolis, onde seu pai tinha um sítio. O ambiente era efervescente, impulsionado pela proximidade com o Forró da Lua Cheia, um dos maiores festivais da região.

A conexão com Dex marcou profundamente William e Wes. Compositor raro e dono de uma originalidade singular, ele trazia influências diversas, mas sua identidade artística era inconfundível. Esse período foi inspirador, com encontros musicais intensos e uma energia criativa que se tornou uma influência duradoura para os irmãos.

A conexão com Dex (Dé Planeta) se tornou um marco para os irmãos. Inspirados por essa nova fase, eles formaram a banda Negatiana, onde Wes, William e Dex se uniram a Aluá, grande percussionista de São Paulo, Juninho, baixista excepcional, além de Ludmilla e Mahayana nos backing vocals.

Foi Ludmilla quem inscreveu a banda no festival F.U.M.U, da PUC-SP, realizado no lendário Teatro TUCA. A apresentação foi arrebatadora: o público reagiu com entusiasmo, ovacionando a banda, que conquistou uma conexão imediata com a plateia. Desde os primeiros acordes, ficou claro que Negatiana era a grande favorita do festival.

Além do reconhecimento do público, todos os músicos da banda foram premiados individualmente, incluindo Wes, que venceu como melhor baterista. Como grande conquista, Negatiana recebeu a premiação de gravação de um disco (que não foi gravado), consolidando essa fase como um dos momentos mais marcantes da trajetória musical dos irmãos.

Após essa vitória, a banda foi convidada para se apresentar no Festival Forró da Lua Cheia, na região de Ribeirão Preto, um dos maiores festivais do Brasil. Na mesma edição, dividiram o evento com Zé Ramalho e outros grandes artistas, ampliando ainda mais suas experiências musicais.

A Música como Hobby e Futuro

Embora a música sempre tenha sido uma paixão para Wes, ela permaneceu como um hobby durante grande parte de sua vida. Ele seguiu o caminho acadêmico, dedicando-se aos estudos, à universidade e, posteriormente, ao empreendedorismo. No entanto, a música nunca deixou de ser uma parte importante de sua vida.

Decisão de Viver da Música

Foi em 2020, após muitas reflexões e tentativas de integrar a música em sua vida profissional, que Wes Murad decidiu finalmente perseguir a música como uma carreira. Essa decisão marcou um ponto de virada importante, onde ele escolheu viver de sua paixão musical e explorar novas possibilidades criativas e profissionais no mundo da música.

gray concrete wall inside building
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white and black abstract painting
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Legado e Inspiração

O legado de Wes Murad é moldado por sua jornada única, onde a música sempre foi uma constante, mesmo quando não era sua principal ocupação. Sua história é um testemunho do poder transformador da música e da coragem de seguir sua verdadeira paixão. Wes continua a ser uma fonte de inspiração, mostrando que nunca é tarde para perseguir seus sonhos e viver daquilo que ama.